Dom Pedro de Portugal

Capítulo 16
Inês de Castro e seu filho Dom João
Descendentes de Pedro de Portugal
e suas três mulheres

Pedro I de Portugal, conhecido pela história como "o Justiceiro", nasceu em 1320 e faleceu aos 47 anos, no ano de 1367, em Portugal.

Há três ramos de descendência deste monarca português, que por diversas situações o levaram a marcar a história do Império Luso.

Sua atração por mulheres, independente do "status social" destas, não o impediu de ser um príncipe que gerou filhos legítimos e bastardos, mas em sua condição de Rei ao assumir o trono do Reino de Portugal, os reconheceu em sua linhagem e que passarei a descrever nos próximos parágrafos até a 20ª geração.

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Pedro nasceu em Coimbra, no dia 8 de abril de 1320 e faleceu em Estremoz, em 18 de janeiro de 1367, e foi apelidado de "o Justo" ou "o Justiceiro", como também, "o Cruel", tendo sido Rei de Portugal e Algarves de 1357 até sua morte. Era o único filho homem do Rei Afonso IV e sua esposa Beatriz de Castela.

Pedro foi o quarto filho, de um total de sete, três mulheres e quatro varões: Dona Maria, Dom Afonso, Dom Dinis, ele próprio, Dona Isabel, Dom João, e Dona Leonor. Destes, mais da metade morreu cedo, um na nascença e outros três durante a infância.  Por este motivo, Dom Pedro, não sendo o primogênito, torna-se herdeiro do seu pai e vem a suceder-lhe no trono no ano de 1357.

Por volta dos seus quinze anos, em 1335, já tinha sua própria casa. Os cronistas fazem menção a um defeito de gaguez e ainda, no foro psíquico, "paixões exaltadas e violentas, cóleras explosivas, perversões várias"; e foi igualmente caracterizado como um amante da festa e da música, cantando e dançando por Lisboa ao som de "longas" com os populares.

Dom Pedro é conhecido na história pela sua relação com Inês de Castro, a aia galega da sua mulher Constança Manuel, que influenciou fortemente a política interna de Portugal no reinado de Dom Afonso IV.

Inês acabou assassinada por ordens do rei em 7 de Janeiro de 1355, mas isto não trouxe Pedro de volta à influência paterna. Contrariamente, durante alguns meses, Pedro revoltou-se contra o pai; apoiado pela nobreza de Entre Douro e Minho e pelos irmãos de Inês. A paz veio por vontade declarada do povo e perdoaram-se mútuas ofensas.

Aclamado rei em 1357, Pedro anunciou em Cantanhede, em junho de 1360, o casamento com Inês, realizado em segredo antes da sua morte, sendo sua intenção a ver lembrada como Rainha de Portugal. A promessa de perdão aos responsáveis pela morte de Inês foi esquecida. Este fato baseia-se apenas na palavra do rei, uma vez que não existem registros de tal união.

Dois assassinos de Inês foram capturados e executados, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, com uma brutalidade tal, que a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas, o que lhe valeram os epítetos supramencionados.

Conta também a tradição que Pedro teria feito desenterrar o corpo da amada, coroando-a como Rainha de Portugal, e obrigando os nobres a procederem à cerimônia do beija-mão real ao cadáver, sob pena de morte, caso não o fizessem.

Em seguida ordenou a execução de dois túmulos, duas verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal, os quais foram colocados defronte um para o outro, no “transepto” da igreja do Mosteiro de Alcobaça para que, no dia do Juízo Final, os eternos amantes, então ressuscitados, de imediato se vejam.

Como rei, Pedro revelou-se bom administrador, corajoso na defesa do país contra a influência papal, tendo sido ele que promulgou o famoso "Beneplácito Régio", que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no país sem a sua autorização expressa, e foi justo na defesa das camadas menos favorecidas da população.

Aplicou a justiça com brutalidade, mas de forma "democrática", punindo exemplarmente sem olhar a quem.

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Para não atrasar a aplicação das sentenças, puniu com pena de morte a prática da advocacia, isto levou a protestos nas cortes de 1361.

Pouco fez para refrear o poder da nobreza, mas esta temia o rei. Gostava muito de estar próximo do povo nos festejos, daí ser adorado. Na política externa, Pedro ajudou seu sobrinho, o rei de Castela na guerra contra o meio-irmão.

A sua relação com o clero foi algo conflituosa, em relação à nobreza foi magnânimo. Deu o título de conde de Barcelos a João Afonso Telo com direito hereditário e deu terras aos filhos de Inês. A Ordem de Avis entregou-a para seu filho, João, futuro rei.

A forma como exerceu a justiça, parece-nos hoje cruel, mas era costume naqueles tempos difíceis. Diz-se que mandou servir um banquete enquanto assistia à execução de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves. Gostava mais de ser algoz de que juiz, como atestam algumas sentenças que proferiu.

Dom Pedro reinou durante dez anos, sendo tão popular ao ponto de dizer a população "que taes dez annos nunca houve em Portugal como estes que reinara el Rei Dom Pedro".

O seu reinado foi o único no século 14 sem guerras e marcado com prosperidade financeira, daí ficou na memória como um bom reinado. Para Fernão Lopes foi o avô da dinastia de Avis. Jaz sepultado no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, ao lado de Inês de Castro, "a Rainha Póstuma".

Também foi esposo de Constanza Manuel de Villena y Barcelona, e de Teresa Gil Lourenço, da qual descendem outros dois Reis de Portugal, pelo lado de Constanza o Fernando I de Portugal, conhecido como “o Gentil” e pelo lado de Teresa, João I de Portugal, conhecido por “o Bom”, que serão depois retratados no capítulo da Biografia dos Reis aos Faraós.
                                          
Descendentes até a 20ª Geração:

Pelo lado de Pedro I e Inês de Castro

Desta linhagem de Pedro I(1)  e Inês de Castro(2), seguindo até a 20ª geração de descendentes, encontram-se novamente após mais de 500 anos, a junção de dois ramos descendentes deste Rei português e de suas três esposas conhecidas pela história, tendo havido outros relacionamentos em sua vida, com filhos e descendências.

Inês de Castro nasceu no Reino da Galiza, cerca de 1320 e foi morta em 1325 em Coimbra, em 7 de janeiro de 1355. Foi uma nobre galega, rainha póstuma de Portugal, amada pelo futuro rei Dom Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei Dom Afonso IV.

Dona Inês de Castro era filha de Dom Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Dom Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de Dom Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do Reino de Castela.

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Inês de Castro pedindo misericórdia a Dom Affonso IV por seus filhos

Na descendência apresento linhagem de Pedro I e Inês de Castro, que passou por diversos nomes da história e que serão apresentados adiante. Segue com o filho do casal:

Dom João(3), nasceu em 1349, em Portugal, e casou com Maria Telles de Menezes(4), que nasceu em 1358, em Portugal. João faleceu em 1396. Geraram a Dom Fernando de Eça(5), que nasceu em 1379, em Portugal e faleceu em 1478, tendo casado com Dona Isabel de Ávalos(6), que faleceu em 1480.

Desta união geraram Catharina Affonso De Balbode(7), que nasceu em 1465, e casou com João Velho Maldonado(8), nascido em 1460 e faleceu em 1505. Geraram a João Ramalho(9), que nasceu em 1485 e faleceu em 1580, aos 95 anos, tendo este casado com a índia Isabel "Bartyra" Dias "M'bicy"(10), nascida em 1500 e falecida em 1559, no Brasil recentemente descoberto pelos portugueses e iniciando-se a aculturação entre os povos europeus e nativos.

Esta Isabel é filha do Cacique Tibiriçá(11)  e da índia "Potyra", sua esposa. Desta união, geraram grande descendência, pelos ramos abaixo verificaremos, dos filhos de João Ramalho e Isabel Dias, seu nome após o batismo na Igreja e na Fé dos portugueses, há três ramos que iremos descrever.

Joana Ramalho(12)  nasceu em 1520 e casou com Jorge Ferreira(14), nascido em 1500 e falecido em 1572, e geraram Jerônima Dias Ferreira(15), que casou com seu primo em primeiro grau, Gonçalo Camacho Filho(16), este fruto da união de Catharina Ramalho(17), irmã de Joana Ramalho e de Gonçalo Camacho(18),  este nascido em 1522, filho de Balthazar Nunes(19)  e de Fabiana Camacho(20), com origens em Viana de Castelo, em Portugal.

Da união de Jerônima e Gonçalo Filho, nasceu Beatriz Camacho(21), que faleceu em 1636, tendo casado com Frutuoso da Costa(22). Seguiremos por este ramo logo abaixo, na continuidade desta linhagem.

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O bandeirante João Ramalho e seu sogro o Cacique Tibiriçá

Da união de Catharina Ramalho e Gonçalo Camacho, além de Gonçalo, o filho, há outro ramo com a filha Esperança Camacho(23), que casou com Francisco Rodrigues(24), este falecido em 1624.

Da prole de João Ramalho e Isabel Dias, a filha do Cacique Tibiriçá, há ainda o ramo do filho André Fernandes Ramalho(25), nascido em 1530, e falecido em 1588, tendo este casado com Maria Paes Ramalho(26), nascida em 1558, em Portugal e falecida em 1616, no Brasil.

Geraram a João Paes(27), que nasceu em 1585, em São Paulo, Brasil e casou com Suzana Rodrigues, a Moça(28), nascida em 1597, em São Paulo, Brasil, filha do Capitão-mor Martins Rodrigues Tenório De Aguilar(29), nascido em 1560, em Castela, Espanha e falecido em 1612, e casou com Suzana Rodrigues(30), nascida em 1570 e falecida em 1631, em São Paulo, Brasil.

Desta união nasce Anna da Veiga Paes(31), em 1635, casada com Manoel Pacheco Gatto(32), este nascido em 1622 e falecido em 1692. Geraram a Manoel Pacheco Gato Filho(33), que nasceu em 1656 e faleceu em 1715, casado com Francisca da Costa Carvalho(34), que faleceu em 1729. São estes os pais de Anna da Veiga Paes, a neta(35), esta nascida em 1693 e falecida em 1758.

Deste ponto retornaremos ao ramo de Esperança Camacho e Francisco Rodrigues. Desta união geraram Felipa Rodrigues(36), que casou com Pascoal Dias(34). Geraram a Maria Afonso(35), que foi casada com Antonio De Siqueira(36), falecido em 1649.

São os pais de Anna Pires(37), casada com Salvador Francisco de Oliveira(38), e pais de Bento de Oliveira Pires(39). Bento casou com Izabel De Moraes Da Silva(40), esta que faleceu por volta de 1727, e foram pais de Manoel Pedroso de Oliveira(41), nascido em 1666 e falecido em 1710.

Aqui a primeira junção de ramos, vindos dos irmãos Catharina e André Ramalho, cerca de 150 anos depois, com o casamento de Manoel Pedroso Oliveira e Anna da Veiga Paes, a neta, que geraram a Maria Pedroso(42), nascida em 1725 e falecida em 1789, esta casada com Paschoal Fernandes de São Paio(43), nascido em 1695 e falecido também em 1789, sendo estes os pais de Francisca Fernandes Xavier da Silva(44).

Aqui novamente iremos retornar depois ao ramo de Frutuoso da Costa e Beatriz Camacho, esta neta paterna e materna das filhas do Cacique Tibiriçá, as irmãs Joana e Catharina Ramalho.

Da linhagem do Cacique Tibiriçá, além do casamento de Isabel Dias, a índia Bartyra, outra das filhas do líder dos Guainases, Maria Da Grã Terebê, nascida em 1530, que foi casada com Pedro Dias, este nascido em 1520 e falecido em 1590, são os pais de Clara Parente, nascida em 1550 e falecida em 1635.

Clara Parente casou com Gonçalo Madeira, nascido em 1550 e falecido em 1606, pais de Feliciana Parente, esposa de Manuel Álvares Pimentel, falecido em 1632.


Estes são os pais, avós e bisavós de Sebastiana Pimentel, que foi casada com Frutuoso da Costa Neto, portanto, ela seria trineta do Cacique Tibiriçá, pela linhagem de Maria Da Grã Terebê.

Da descendência de Beatriz e Frutuoso, geraram também a Paulo Da Costa(45), que casou com Páschoa do Amaral(46), e geraram a Frutuoso da Costa Neto(47), falecido em 1659, que casou em 1636 com Sebastiana Pimentel(48), estes pais de Anna Da Costa Pimentel(49), esposa de Thomé Mendes Raposo(50). Desta união de Thomé e Anna, gerou a Christovão Mendes Raposo(51), nascido em 1660, e falecido em 1722, tendo casado com Thereza Blanco De Pontes(52).

Foram pais de Ana Blanco Raposo Pimentel(53), nascida cerca de 1690, e que casou com Francisco Machado De Oliveira(54), nascido em 1690 e falecido cerca de 1718, e foram os pais de Tereza Francisca Blanco Machado(55), que foi casada com José de Oliveira Prestes(56), estes pais de Francisco Machado de Oliveira Prestes(58).

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Aqui nova junção de outros dois ramos dos descendentes de João Ramalho e da índia Bartyra, batizada Isabel Dias, cerca de 250 anos depois do nascimento de João e Isabel.

Francisco Machado de Oliveira Prestes casou com Francisca Fernandes Xavier da Silva, esta filha de Maria Pedroso e de Paschoal Fernandes de São Paio. Da união destes dois ramos, nasce Mariana Francisca de Oliveira(59), que casou com Antônio Gonçalves Meirelles(60), nascido em 1759 e pais de Anna Cândida Meirelles(61), esposa de Manoel Luis Pereira Da Silva(62), nascido em 1795.

Geraram a Silvana Pereira da Silva Carneiro(63), nascida em 1822 e esta casa com Fortunato Da Silva Neves Carneiro(64), pais de Fortunata Da Silva Neves Carneiro(65), nascida em 1850, tendo casada em 1870 com Francisco José Pires Filho(66), pais de Flordalina da Silva Pires(67), nascida em 1892 e batizada em 1897, em Camaquã, RS, Brasil.

Flordalina é avó paterna do autor, que foi casada com César Augusto Gomes Martins(68), nascido em 1884, em Tapes, RS, Brasil, e que em linha de ascendência reta, é também descendente de Pedro I de Portugal com Tereza Gil Lourenço(69), esta filha de Lourenço Martins(70)  e de Sancha Martins(71), com origens em Portugal, sem nenhuma ascendência identificada. Teresa não tinha status de sobrenome em Portugal, mas teve o reconhecimento de sua linhagem, que passaremos a descrevê-la a seguir.

 Dom João I de Portugal, mestre de Ávis e Rei de Portugal
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Pelo lado de Pedro I e Teresa Gil Lourenço, segue a descendência:

Teresa Gil Lourenço nasceu em 1330, nas ilhas dos Açores, em Portugal, e faleceu em 11 de abril de 1358, também em Portugal, com a idade de 28 anos. Foi companheira de Pedro I, e mãe de João I, o Bom, que foi Rei de Portugal.

João I de Portugal, 'o Bom'(72), nascido em 1358 e falecido em 1433, este casou com a Princesa da Inglaterra, Philippa de Lencastre(73), nascida em 1360 e falecida em 1415, filha de João de Gante(74), 1.º Duque de Lencastre e Rei da Inglaterra e de Branca de Lencastre(75), nascida em 25 de março de 1345 e faleceu em 12 de setembro de 1369, era uma nobre inglesa, filha de Henrique de Grosmont(76), 1.º duque de Lancaster e Isabel de Beaumont(77).

O casamento de João I de Portugal e Philippa de Lencastre da Inglaterra

Phillipa de Lencastre proveio de duas nobres famílias: a casa régia dos “Plantagenetas” e a dos “Lencastre”. Os avós paternos eram o rei Eduardo III(78)  e a rainha Phillipa de Hainault(79), enquanto que os maternos eram Henrique de Grosmont e Isabel de Beaumont. Seu pai, João de Gante, ao casar-se com sua mãe, Branca de Lencastre, herdou o ducado do seu sogro, juntamente com domínios e castelos por toda a Inglaterra e o Principado de Gales, conquistando, assim, maior poder e prestígio para a sua família. Phillipa foi a primeira filha do casal, nascendo em março do ano posterior ao casamento. Recebeu o nome da sua avó paterna, a rainha, que também foi sua madrinha. Da união de João e Philippa, geraram a Duarte I de Portugal(80), conhecido com “o Eloqüente”, nascido em 1391 e falecido em 1438, este que casou com a Princesa Leonor de Aragão(81).

Leonor de Aragão, nasceu em 2 de maio de 1402, e faleceu em Toledo, em 19 de fevereiro de 1445, foi  a infanta aragonesa que viria a ser rainha de Portugal por casamento com o rei Dom Duarte, e regente durante a menoridade do seu filho Dom Afonso V. Da união de Duarte I e Leonor de Aragão, geraram a Alfonso V de Portugal(82), conhecido por "o Africano", nascido em 1432 e falecido em 1481, casado com Isabel Ávis de Coimbra(83), nascida em 1432 e falecida em 1455.                                       

Gerou a João II de Portugal(84), conhecido pelo apelido de 'o Príncipe Perfeito', nascido em 1455 e falecido em 1495, que casou com Ana Furtado de Mendonça(85), nascida em 1458 e falecida em 1525.

Da união deste casal gerou a Jorge de Lencastre(86), nascido em 1481 e falecido em 1550, casado com Dona Beatriz de Vilhena(87), nascida em 1480 e falecida em 1535.

Jorge de Lencastre, nasceu em Abrantes, em 11 de novembro de 1481 e faleceu em Setúbal, em 22 de julho de 1550, e foi filho bastardo do rei João II de Portugal com Ana Furtado de Mendonça, e foi 2.º Duque de Coimbra desde 1509, Grão-Almirante de Portugal, 13.º Mestre da Ordem de Santiago e 9.º Administrador da Ordem de Ávis.

Da união de Jorge e Beatriz, geraram a Luís de Lancastre(88), 1.º Comendador-Mor da Ordem de Ávis, nasceu cerca de 1505 e faleceu em 1574, casado em 1540, com Magdalena de Granada(89), nascida cerca de 1510, filha de João de Granada e de sua mulher Beatriz de Sandoval, que era, por sua vez, filho natural do rei de Granada Abu Haçane Ali e de Isabel de Solís, com descendência.


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Luis e Magdalena foram pais de João de Lancastre(90), nascido em 1550 e falecido em 1614, casado com Paula da Silva(91), nascida em 1560, e foram os pais de Lourenço de Lancastre(92), Comendador de Coruche, nascido em 1586, casado com Dona Inês de Noronha(93), nascida cerca de 1580 e falecida em 1653.

Dona Inês de Noronha é filha de Rui Telles de Menezes(94), nascido cerca de 1560, falecido em 1616, e de Mariana da Silveira(94), nascida por volta de 1560.

Na linhagem de ascendência de Rui Telles de Menezes(94), cerca de 240 antes de seu nascimento, mostra também descendência de Pedro I, mas desta vez pela linhagem nobre de seu casamento com Constanza Manuel de Villena y Barcelona(95), nascida em 1316 e falecida em 1345, pais de Fernando I de Portugal(96), conhecido com 'o Gentil', nascido em 1345 e falecido em 1383, casado com Beatrice Countess de Albuquerque(97), nascida cerca de 1346, e falecida em 1381.

Voltando a linha de descendentes dos Alencastro, seguimos neste ramo:
Dona Inês de Noronha é irmã de Dona Maria Da Silva de Castro(99), nascida em 1600, e falecida em 1666, casada com João da Silva Telo de Menezes(100), também nascido em 1600 e falecido em 1651.

Este casal são os pais de Dona Inês Maria Tereza de Noronha e Castro(101), nascida cerca de 1620, esposa de Dom Rodrigo de Lencastre(102), nascido em 1600, e falecido em 1657, este filho de Dona Inês de Noronha, e Lourenço de Alencastro. Novamente um casamento entre primos, com Inês e Rodrigo, filhos das irmãs acima mencionadas.

Desta união, gerou a Dom João de Alencastro(103), que casou com Maria Teresa Antônia de Portugal e Almeida(104), que nasceu em 1650 e faleceu em 1703.

João de Lencastre nasce em Lisboa, em 1646 e faleceu também em Lisboa em 1707 e se assinava na grafia da época como Dom João de Alencastro, tendo este sido um administrador colonial português. Foi nomeado governador-geral do Brasil, com patente dada em 22 de fevereiro de 1694. Era filho de Dom Rodrigo de Lencastre, que foi o comendador de Coruche, e de Dona Inês Maria Teresa de Noronha e Castro. Foi ainda governador dos Algarves.

Foram pais de Rodrigo de Alencastro(105), nasce em 1677 e faleceu em 1755, casou em 1713 com Izabel Francisca Xavier de Castro Correia de Lacerda(106), que nasce em 1695. Geraram a Jerônimo de Castro e Alencastro Guimarães(107), que casou com Izabel Rosa de Oliveira(108), nascidos ambos por volta de 1721.

São os pais de Manoel Joze de Alencastro(109), nascido em 1741 e falecido em 1815, aqui no Rio Grande do Sul, que foi casado com Maria da Luz de Menezes(110), nascida em 1760 e falecida em 1860, esta filha do Capitão Francisco Xavier De Azambuja, nascido em 1710, em Triunfo, RS, Brasil e falecido em 1768, este que foi casado com Rita de Menezes, nascida em 1725 em Cunha, São Paulo, Brasil e falecida em 1801 em Viamão, RS, Brasil.          
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A cidade de Tapes no ano de 1927, onde hoje está situada a Praça Rui Barbosa

Por mercê de Dom João VI de Portugal, foi doada através do vice-Rei no Brasil, Dom Luis de Vasconcelos, que em 1790 passou para Manoel José de Alencastro, a sesmaria de Nossa Senhora do Carmo, terras onde hoje está situada a cidade de Tapes, RS, Brasil.

Após a morte de Alencastro, seus sucessores venderam a sesmaria ao guarda-mor José de Oliveira Guimarães, o qual por sua vez a transmitiu ao major de milícias, Patrício Vieira Rodrigues.

Manoel José de Alencastro e Maria da Luz Menezes foram os pais de Manoel José de Alencastro Filho(111), nascido em 1787 e falecido em Porto Alegre em 1845, casado com Maria de Azambuja Barbosa(112), nascida em 1792, bisneta de Jerônimo de Ornellas, através do ramo de sua mãe Felizarda Maria da Pureza de Azambuja(113), nascida em 1762 e falecida em 1838, sendo irmã de Maria da Luz e filha do Capitão Francisco Xavier de Azambuja e de Rita de Menezes.

Da união de Manoel José e Maria da Azambuja, nasce Antônio Marcos de Alencastro(114)  em 1822 em Triunfo, RS, Brasil e casou com Joaquina Leite de Oliveira(115), nascida em 1833. Pela linhagem de Joaquina, em sua ascendência materna e paterna, ambas ligam novamente a Casa dos Ornellas Menezes e Vasconcellos, sendo ela trineta de Jerônimo e Lucrécia Leme Barbosa, a neta(116), pelos ramos de Fabiana de Ornellas e Menezes(117)  e de Antônia da Costa Barbosa(118), filhas do casal, e que estão retratadas no capítulo dos Descendentes do Sesmeiro do Morro Santana.

Antonio Marcos e Joaquina Leite são os pais de Maria Rita de Alencastro Martins(119), esta que foi casada com Francisco Gomes Martins(120), bisavós paternos do autor. Sua irmã, Jerônima Antônia de Alencastro Martins(121), foi casada com o irmão de Francisco, o João Baptista Gomes Martins(122), nascido em 1861 e falecido em 1911, em Tapes, RS, Brasil.

Destas gerações de Francisco e José Baptista, descendem identificadas pela pesquisa, mas de 30 famílias que vivem em cidades como Tapes e outras próximas, como Sentinela do Sul, Guaíba, Camaquã, Eldorado do Sul, Pelotas e outras tantas, que estão retratadas no capítulo dos Ramos Gomes Martins e seus descendentes.

Da linhagem do autor, segue na geração de Francisco Gomes Martins, nasceu em 1840 e faleceu em 1890, em Tapes, RS, Brasil e Maria Rita de Alencastro Martins, nasceu em 1852, em Triunfo, RS, Brasil, e faleceu em 1950, dito por alguns parentes, com mais de 100 anos quando do falecimento.

Foram filhos desta união de Francisco e Rita, além dos que estão retratados no capítulo dos Ramos Gomes Martins, o César Augusto Gomes Martins(68).

César Augusto Gomes Martins nasceu em 1884, em Tapes, RS, Brasil, e casou com a Flordalina da Silva Pires(67), que acima está apresentada a sua linhagem de mais de 500 anos atrás, quando se encontram na geração de dois filhos, Ceci, e Walter, e duas filhas, Dalva e Maria de Lourdes, tio e tias do autor, que é filho de Ceci Pires Martins, nascido em 1920 no primeiro distrito de Passo Grande, em Tapes, RS, Brasil, falecido em 2015 e foi casado com Cecília Wandam Martins, nascida em 1933, em Camaquã, RS, Brasil, falecida em 2009, ambos sepultados em Tapes, RS, Brasil.

Depois de 20 gerações na descendência de Pedro I, "o Justiceiro" com suas três mulheres conhecidas, e de diversos nomes de outros personagens da história, afirmo sem dúvida que as próximas pessoas que serão retratadas nos capítulos seguintes, irão viajar no tempo para saber mais sobre cada um dos nossos ancestrais em comum.

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2017 © Direitos de Cópia Reservadas – MARTINS, Júlio César Wandam (Desde que citada a fonte, poderá ser utilizada para finalidade de estudos genealógicos sem fins lucrativos por parte de seus utilizadores.)

Colaboradores e co-autores: 
Dilon Cezar GOMES MARTINS, Cláudia Araújo MARTINS, João Batista GARCIA Araújo, Guacira Raphaelli MARTINS, Andréa Terezinha MARTINS ROMANO Dias, Julio da Veiga MARTINS,  Dulce da Graça Ferreira MARTINS, Maria Loecy Dias GOMES, Maria Odete Dias MARTINS, Araguez Cassel de ALENCASTRO, Fúlvio da Veiga MARTINS, Maura Maria GOMES MARTINS, Romalina de Ávila MARTINS, Juliana MARTINS, entre outros.

>>> Última Atualização em 24/12/2017 - 11:03

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